Aula Ministrada Pelo Prof. João Guilherme
Na aula de 12/05/2022, ministrada pelo professor João Guilherme, foi abordado o tema das fiscalizações prévias de confiabilidade, além da continuidade necessária em sistemas elétricos.
Logo
no início, foi mostrado o fato de que a população consumidora deseja utilizar
apenas produtos confiáveis – entretanto, é impossível produzir um sistema
completamente infalível. A solução proposta é o uso da redundância, isto é, a
adição de várias medidas que visam prevenir falhas no sistema, aumentando assim
sua confiabilidade.
Aparece
então uma pergunta, ilustrada por um gráfico mostrado pelo professor João
Guilherme. O quão confiável será um sistema ao longo de sua vida útil? A
resposta se dá de forma intuitiva. A tendência da confiabilidade de um sistema
é sempre de se reduzir conforme é usado. Isso pode, no entanto, ser mitigado
por meio do investimento nas medidas de segurança – quanto maior esse
investimento, mais tempo será necessário para que a segurança do sistema
decaia. Um investimento grande, portanto, leva a um custo de operação menor.
A
respeito dos métodos utilizados para prever o comportamento dos sistemas,
existem variados indicadores numéricos de sua eficiência – estes são, por
exemplo, o risco de falha (em porcentagem), a taxa de indisponibilidade, o
tempo médio esperado até que uma falha aconteça, a duração média dessa falha e
por fim o custo esperado de operação, levando em conta o aumento desse custo em
vista da adição dos métodos.
Em
sistemas elétricos, o tempo esperado para que os planejamentos sejam concluídos
pode variar de horas até décadas. São necessários vários dados e informações,
como por exemplo a configuração que será utilizada no sistema, os tipos de
falha que podem ocorrer, as consequências de tais falhas, o método escolhido
para a manutenção, preventiva ou não, e também as condições de operação – isso
inclui seguir as leis ambientais locais.
Para
se preparar um sistema, existem várias ferramentas que são de suma importância.
Essas são a teoria das probabilidades, o uso da estatística, algoritmos
matemáticos e computacionais e o uso da programação para automatizar e aumentar
a eficiência do sistema. Dentre estas, as técnicas analíticas demonstram o
sistema por modelos matemáticos, usando de algoritmos para calcular a taxa de confiabilidade,
enquanto as simulações Monte Carlo simulam o comportamento do sistema por meio
de amostras reais e aleatórias, assim calculando o índice de confiabilidade.
Foram
então apresentados vários conceitos gerais, como o de disponibilidade: é a possibilidade
de que ao ser analisado em um instante futuro qualquer, um sistema esteja em
operação – sendo assim tal conceito melhor adequado para sistemas que operam
por missão.
Também
foi demonstrado para a turma os diferentes tipos de sistemas. São estes o
sistema série, no qual existe um único caminho – e portanto, só funciona se
todos seus componentes ainda estão funcionais, e o sistema paralelo, no qual
cada componente age como um caminho em si – apesar de redundante, só vai haver
falhas se cada componente falhar, e por fim os sistemas mistos – que possuem
características mescladas dos dois anteriores.
Logo
após, o professor João Guilherme tornou a falar sobre as análises de
confiabilidade. Dessa vez, foram explicados os quatro níveis hierárquicos nos
quais são classificadas as análises. São estes o NH0 – Sistema Energético, NH1
– Geração, NH2 – Transmissão e NH3 – Distribuição.
Dentro
dos sistemas de geração, foi apresentado um gráfico/tabela que demonstra o quão
dependente das usinas hidrelétricas é o SIN – o sistema elétrico brasileiro.
Mais de 62% de toda a eletricidade que flui pelo país vem da energia gerada
pela água, enquanto que outras formas não passam de 15% de produção.
Foi
também demonstrado a grandeza do sistema elétrico brasileiro – planejada de
acordo com o critério N-1, o uso de algoritmos prova que a chance de que em um
dado momento não haja sequer uma parte danificada é de menos de 0.01% - o que
justifica o anteriormente mencionado critério, no qual o sistema suporta a
perda de qualquer elemento sem causar interrupção, instabilidade ou violação de
limites, sejam eles de frequência ou tensão.
O
SIN também possui diversos indicadores de desempenho, sendo esses o número de
perturbações (da rede básica ou por cada tipo específico de equipamento), a
causa dessas perturbações na rede básica e a taxa de incidência relativa às
causas sazonais, como queimadas, relâmpagos, e et cetera.
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